1º edição do ‘MAPA – Mostra de Imagem em Movimento’ abre seleção pública para vídeo artistas do Maranhão e Pará, com incentivos de até R$ 18 mil
Homenageando os 40 anos da Estrada de Ferro Carajás, a 1º edição do MAPA seleciona dez artistas à fim de desenvolver obras inéditas em formato vídeo mapping, que serão exibidas nas cidades de São Luís, Belém e Brasília.

Artistas do audiovisual residentes nos estados do Maranhão (MA) e Pará (PA) já podem se inscrever gratuitamente, na primeira edição do programa curatorial “MAPA – Mostra de Imagem em Movimento”. O programa, que oferece acompanhamento curatorial e bolsas de até R$ 18 mil para artistas especializados em videoarte e videomakers tem como objetivo homenagear, explorar e promover a memória dos 40 anos da Estrada de Ferro Carajás (EFC), por meio de obras inéditas e identitárias.
Destinado à artistas individuais, independentes ou “coletivos”, participam do chamamento os criadores de audiovisual voltados à categoria de vídeos, artes digitais, instalações e intervenções urbanas. Criando uma película adaptável e 100% autoral no formato de “video mapping”, os autores serão comissionados e terão os direitos de exibição e reprodução disponibilizados à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Disponível até o próximo dia 24 de agosto, os interessados devem anexar links para portfólios ou trabalhos anteriores e uma carta de apresentação. Para participar, as inscrições estão abertas através do site mostra mapa.com.br.
Seleção Pública e Projeto
Durante a primeira etapa do projeto, a Estrada de Ferro Carajás – que conecta o terminal marítimo de Ponta da Madeira (MA) à cidade de Parauapebas (PA) – será objeto de estudos e obras inéditas, concebidas à partir da sensibilidade artística da cultura Norte-Nordeste. Em diálogo com histórias e vidas, as expressões artísticas do MAPA homenageiam um traçado cartográfico vivo e sensível dos 40 anos da ferrovia, transformando memórias afetivas em um espetáculo de exposições nas cidades de São Luís, Belém e posteriormente em Brasília, à partir de 2026.
“O MAPA é um agente articulador da memória ferroviária e dos 40 anos de trilhos, histórias e encruzilhadas da Estação de Ferro Carajás. E nada melhor do que os artistas originários dos eixos Maranhão e Pará para representar a própria diversidade da cultura Norte-Nordeste. Nós procuramos fornecer conforto ao trabalho dos artistas provendo aparatos técnicos e acompanhamento na elaboração de suas obras, servindo a eles a disposição de uma equipe de vídeo mapping, edição, fotografia, montagem e outras camadas de infraestrutura que são caras ao universo artístico. Será um trimestre incrível de trocas de experiência, mapeamento e promoção do acesso à cultura, não somente às 27 comunidades do entorno da EFC, mas à nível nacional diante da chegada da ‘Mostra de Imagem em Movimento’ em Brasília e nas plataformas digitais”, explica o coordenador-geral e curador do projeto, João Pacca.
O chamamento público promovido pelo MAPA facilita o acesso e à participação de múltiplos artistas regionais, sendo um diferencial residir em uma das 27 comunidades que cruzam os trilhos da ferrovia Norte-Nordeste. A seleção, segundo João Pacca, aposta em olhares sensíveis e especialmente impactados pela Estrada de Ferro Carajás, resultando na escolha de cinco artistas maranhenses e outros cinco paraenses para integrarem à mostra. O resultado final do chamamento público será divulgado no dia 29 de agosto de 2025, no site oficial do projeto.
Bolsas, prazos e acompanhamento técnico e curatorial.
As inscrições encaminhadas pelo site da mostra serão avaliadas por sua condução e trajetória artística, proximidade com a videoarte e a Estrada de Ferro Carajás.
Uma vez aprovadas, cada selecionado receberá uma bolsa trimestral no total de R$ 18 mil, distribuídas em parcelas mensais de R$ 6 mil referentes aos meses de setembro, outubro e novembro. Para tanto, será necessário entregar uma obra inédita em videoarte à partir das memórias afetivas capturadas pela Estrada de Ferro Carajás, adaptável ao formato de vídeo mapping.
Com entrega final marcada para novembro de 2025, os artistas têm pela frente um trimestre inteiro de encontros virtuais e presenciais com a equipe curatorial, mapeamento das regiões, pesquisas de campo e construção colaborativa. Como pré-requisito do edital, os artistas devem ceder os direitos de exibição e reprodução à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mantendo os créditos autorais garantidos.
Projetando memórias, poéticas e pesquisas recém-adquiridas nessa primeira etapa curatorial, os artistas, serão convidados à explorar linguagens como vídeos, artes digitais, instalações e intervenções urbanas, como principais meios de expressão do projeto. Dessa forma, as comunidades ferroviárias poderão redescobrir através da arte, as memórias afetivas das décadas de 80, 90 e anos 2000, em que a população se reunia nas estações da EFC para a infraestrutura de eletricidade, comunicação e entretenimento.
Captando a essência do “ir e vir” de mais de 1,5 mil passageiros, que, em média, embarcam cotidianamente num percurso de 16 horas, os artistas trabalharão junto ao suporte curatorial e técnico da produção, garantindo o acesso à profissionais especializados em vídeo mapping, edição, fotografia e montagem, além de Infraestrutura para as exibições públicas; tudo à fim de captar o processo em imagens, sons e memórias como um organismo vivo de reflexão cultural.
“Estamos diante de um cenário de quatro décadas, indo e vindo, de um transporte facilitador na vida de milhares de brasileiros. Não atua somente como um corredor logístico, mas de um aprofundamento tocante quando pensamos nas histórias que foram passadas de geração à geração sob os trilhos e estações de trem. Os municípios ao redor da EFC são tesouros valiosos para a cultura local e nacional, sendo o nosso dever transpor essa riqueza para o mundo”, afirma João Pacca.
A notável homenagem aos trilhos da EFC e ao trem interestadual ressignificam mais de 892 quilômetros, estações, commodities, passageiros e vagões em um uma experiência tridimensional que transformará as paisagens urbanas em 2026. Apesar dos artistas selecionados participarem do circuito de exposições e da galeria de arte previstas para estrear em Brasília (DF), o MAPA reforça seu caráter democrático ao vetar a necessidade prévia de experiência em outras exposições.
Com o propósito de visibilizar, homenagear e preservar toda a memória afetiva da Estrada de Ferro Carajás, o MAPA reitera a valorização de artistas oriundos da cultura Norte-Nordeste. Até novembro, quando encerra a etapa da pré-produção artística, todos os profissionais terão o devido suporte e contarão com o apoio de toda a equipe curatorial.
O MAPA é realizado pela OPACCA Produção de Imagem, com apoio da Vale, por meio de Recursos para Preservação da Memória Ferroviária (RPMF), sob regulação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
SERVIÇO
Chamamento público para a 1º edição do ‘MAPA – Mostra de Imagem em Movimento’
Inscrições – gratuitas, até 24 de agosto
Quem pode participar – artistas do ramo “audiovisual” nascidos ou que residam nos estados do Maranhão (MA) e Pará (PA);
Incentivos – bolsa trimestral de R$ 6 mil/mês durante setembro, outubro e novembro de 2025, totalizando R$ 18 mil por artista;
Resultado da divulgação dos candidatos – mostramapa.com.br
Formulário de inscrição – mostramapa.com.br/editalartistas