Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu retirar temporariamente a droga hidroxicloroquina da sua lista de medicamentos em estudo para tratar a covid-19.
A OMS alegou que o medicamento não apresentava o nível de segurança necessário.
A droga era uma das quatro apostas de tratamento em análise no projeto internacional Solidarity, em que a organização coordena experimentos com pacientes em 18 países com a finalidade de verificar sua segurança e a eficácia no combate ao coronavírus.
Estão na lista de medicamentos em estudo a hidroxicloroquina — agora com testes suspensos —; remdesivir; lopinavir-ritonavir; e essas duas drogas combinadas com interferon beta-1a (confira detalhes sobre estudos com cada um destes quatro tratamentos abaixo).
Os estudos com a cloroquina e hidroxicloroquina estão cercados de polêmicas. Sua adoção é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, ainda que não haja evidências científicas suficientes de sua eficácia e segurança.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diz estar tomando a droga preventivamente, contrariando a recomendação oficial dos órgãos de saúde de seu próprio governo. Apesar da decisão da OMS, no Brasil, o Ministério da Saúde vai manter as orientações que ampliam o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina.
Além destas quatro frentes de aposta do projeto Solidarity, a OMS afirmou por e-mail à BBC News Brasil que está acompanhando mais de 700 estudos clínicos pelo mundo com diferentes medicamentos. Pelo menos 550 destes já estão recrutando pessoas para testes. A organização criou uma plataforma que reúne detalhes destes estudos, como país de origem e tipo de droga usado, em tempo real.