ELEIÇÕES OAB-MA – Apoio de Daniel Blume a Thiago Diaz vira chacota entre advogados

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[dropcap]O[/dropcap] advogado Daniel Blume Pereira de Almeida, que é procurador de carreira do Estado, sempre fez campanha na OAB-MA como quem dança bolero: dois passinhos pra frente e dois passinhos pra trás. Assim têm sido sua postura ao longo de sua história de militância na seccional.

Depois de enrolar os integrantes do Grupo “Repense OAB”, o advogado que uma hora é procurador do Estado e em outra é juiz do TRE, resolveu aprontar mais uma: ele publicou um vídeo em suas redes sociais, nesta quinta-feira (27), em apoio à reeleição do presidente da Ordem, Thiago Diaz, com um discurso cheio de contradições, fragilidades e totalmente fora da realidade da advocacia maranhense.

Apesar da tentativa de fazer um discurso otimista a favor de Diaz, suas declarações, porém, além de não surtirem efeito, causaram controvérsia e revolta entre os advogados, principalmente naqueles que enfrentam a labuta do dia a dia.

No vídeo, o procurador do Estado que não precisa viver a advocacia e nem conhece o labutar, a falta de respeito e humilhações que alguns de seus colegas enfrentam, destaca que seu apoio à reeleição do atual mandatário da OAB está fincado em três pontos que são fundamentais para o advogado: a proatividade, a defesa das prerrogativas dos advogados e a representatividade da instituição.

O vergonhoso discurso não encontrou apoio nem dos seguidores dele nas redes sociais, pois, apesar de ter postado o vídeo na manhã de hoje, até o final o final do dia, a publicação havia alcançado apenas 6 curtidas, dois comentários – sendo do próprio titular do perfil – e 45 visualizações. O material sequer tinha sido compartilhado por algum dos amigos ou integrantes do “Repense OAB”, dando a entender que nem mesmo os aliados concordam com a opinião daquele que se intitula como ‘líder’ do grupo.

A opção dos causídicos em não dar apoio ao discurso de Blume pode ter surpreendido os membros de sua corrente, mas não causou surpresa entre os advogados. A principal leitura que se faz é a de que o ‘advogado-procurador-juiz’ não é um militante e por isso acabou virando chacota na classe.

Para a maioria dos profissionais da advocacia, os pontos levantados por Blume para defender Thiago foram justamente os que a atual gestão da OAB mais deixaram a desejar. Não há proatividade dos dirigentes e já tem um bom tempo que a instituição deixou de ser representativa.

Para achincalhar ainda mais a situação, a defesa da ‘prerrogativa’ da qual Blume diz que Thiago foi defensor, contrasta com a realidade atual. Prova disso foi bate-boca recente que envolveu o juiz Gilberto Moura, da 2ª Vara do Tribunal do Júri do Maranhão, com o advogado Frederico Carneiro durante uma audiência. Num momento da discussão, o defensor pedia que o magistrado tratasse ele e o promotor do caso com imparcialidade, mas juiz – que foi colega de magistratura de Blume – respondeu: “Aqui não tem imparcialidade, não”. Uma semana se passou e até hoje não houve nenhuma manifestação por parte da entidade.

A situação foi tão crítica, mas tão crítica, que o advogado Gustavo Henrique Brito de Carvalho, que presidia a Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-MA, uma das mais importantes da instituição e que atuam em defesa da classe, renunciou ao cargo em um comunicado protocolado na seccional maranhense da entidade.
Para justificar seu desligamento do colegiado, Gustavo de Carvalho alegou motivo de foro íntimo. No entanto, nos bastidores, pessoas próximas a ele, alega que teria culpado a “omissão” do presidente Thiago Diaz no combate a violações de prerrogativas.

Se para Sócrates a verdade está ligada à sabedoria humana, o discurso verdadeiro, segundo Platão, é aquele que diz como as coisas são, pois contra fatos não há argumento! Admitir nossos erros, embora possa parecer fraqueza, é um sinal de força – e às vezes a única esperança de resgatar o respeito de alguém.

Um respeito que Thiago não goza mais da classe e nem do seu antigo grupo. Hoje, por exemplo, para conseguir montar uma chapa, o mandatário teve que chamar advogados que mantem empresas ou institutos com contratos na OAB e buscou reforço de colegas que um ano é procurador, no outro e juiz e nas horas vagas vira escritor. Essa OAB não é a que a classe espera que vai fazer as mudanças necessárias!

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