[dropcap]A[/dropcap] uma semana da convenção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) que definirá o candidato do partido na disputa ao Palácio do Planalto, uma declaração animou a militância petista em todo o país.
O advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, um dos responsáveis pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Justiça Eleitoral, afirmou o petista nunca fez sequer uma pergunta sobre a possibilidade de substituição de sua candidatura pelo PT.
Segundo o advogado, considerado um dos maiores especialistas em direito eleitoral do país, “Lula poderá concorrer e, vitorioso, aguardar até a data da diplomação, em dezembro, pelo resultado da batalha jurídica de seus advogados pela garantia de seus direitos nos tribunais.”
“A não ser que ele disfarce muito bem, estou convencido de que a posição dele é clara de não só registrar a candidatura como de ir até o final”, disse Casagrande.
“Ele nunca fez nenhuma pergunta sobre a substituição. Para mim ele nunca cogitou. Nestas interlocuções que tive nunca fiquei com dúvida em relação ao propósito dele”, afirmou o advogado.
As declarações de Luiz Fernando Casagrande Pereira foram feitas nesta quarta-feira, 25, numa entrevista à TV do jornal O Estado de S.Paulo, e publicada no perfil de Lula no Twiiter e no site Brasil 2477.
Lula ou Haddad ?
Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), desde o dia 7 de abril. Mesmo assim, liderada todos as pesquisas de intenção de votos e todos os cenários de segundo turno.
A maioria do PT defende a manutenção do seu nome para concorrer nas eleições de outubro deste ano a um terceiro mandato de presidente da República. Outra parte do PT defende o nome do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Há quem defenda, também a composição com uma candidatura de Ciro Gomes, do PDT, numa chapa Ciro-Haddad.
Disputa judicial
O advogado do ex-presidente disse, ainda, que a disputa judicial em torno da candidatura de Lula pode se estender até depois de sua eventual vitória no pleito,
“Ele pode invocar o direito de ter o nome na urna como estes 145 prefeitos (que tiveram registros negados em 2016 mas conseguiram se eleger) e se ganhar a eleição, até a diplomação, que só deve ocorrer em meados de dezembro, ele pode reverter a condenação”, explicou.
Lei Ficha Limpa
Segundo o Luiz Fernando Casagrande Pereira, caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida barrar Lula com base na Lei da Ficha Limpa, o PT terá uma encruzilhada no dia 17 de setembro, quando termina o prazo para a troca de candidatos à Presidência.
Até essa data o partido vai ter que escolher entre substituir Lula ou recorrer ao STF. Na segunda hipótese, existe chance legal de o nome do petista, líder nas pesquisas, figurar nas urnas eletrônicas, mesmo preso. Em caso de vitória, a eleição ficaria então sub judice até a diplomação.
(Por Gil Maranhão. Agência Política Real. Edição: Genésio Jr.)