[dropcap]S[/dropcap]ecretaria Municipal de Saúde (Semsa) confirmou, nesta quinta-feira (5), a morte de um menino de 7 meses diagnosticado com sarampo em Manaus. Ele morava no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste. A morte é a primeira causada pela doença na capital desde 2000. Um outro caso suspeito de morte pela doença está sob investigação. Até o momento, 271 casos de sarampo foram confirmados desde março deste ano.
A capital do Amazonas está em situação de emergência em razão da epidemia da doença. Uma campanha de imunização foi intensificada com vacinação em escolas, estabelecimentos comerciais e de casa em casa. Unidades básicas também disponibilizam doses da vacina, que pode ser aplicada em adultos e crianças.
Além dos casos confirmados da doença, entre março e a terça-feira desta semana, mais de 1,8 mil suspeitas estão sob investigação. A maioria dos pacientes é composta por crianças de até cinco anos.
De acordo com a Secretaria de Saúde, o resultado da sorologia realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (LACEN/AM) diagnosticou o sarampo como sendo a causa da morte do menino.
Ele não havia sido vacinado e residia em área onde há elevados índices de casos suspeitos. O menino apresentou os primeiros sintomas como febre, tosse e coriza no dia 23 de junho. Com o agravamento do quadro, foi internado no Hospital e Pronto-Socorro Infantil João Lúcio, no São José, Zona Leste, no dia 25 de junho, onde faleceu três dias depois.
O outro caso sob investigação em Manaus é o de uma menina, de nove anos, que morava na Zona Oeste, e também não havia sido imunizada. Ela morreu no dia 23 do mês passado.
As duas crianças residiam na área limite entre as zonas Norte e Leste, que concentram a maior incidência de notificações de sarampo em Manaus
Campanha
A concentração de casos da doença na capital causou a antecipação da campanha contra o sarampo, prevista para agosto.
Somente entre janeiro e junho, mais de 487,4 mil doses da vacina tríplice viral foram enviadas para o Amazonas. Até o dia 18 de junho, a cobertura de vacinação no Amazonas chegou a 155.510 crianças, número que representa 81,2% do público alvo, que é de 191.585 pessoas.
Atualmente, 120 agentes já atuam pelas ruas da cidade com vacinações nas ruas. Mais 140 agentes foram convocados para reforçar o efetivo e atuar na imunização em locais onde há aglomeração de pessoas.
“Nós decidimos que, ao invés de esperarmos que as pessoas busquem a prevenção nas unidades básicas de saúde, nós vamos às pessoas em suas casas, na zona ribeirinha, nas estradas, nas escolas, universidades, onde quer que se reúnam pessoas para dar a cobertura necessária de combate a essa doença”, disse o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
O cronograma com os locais que ainda serão visitados pelos agentes está sendo finalizado, segundo a Prefeitura. Áreas onde há mais registros da doença devem ser priorizadas, entre elas as zonas Norte e Leste.
Qualquer pessoa que queira se imunizar contra o sarampo pode procurar uma das unidades públicas de saúde e solicitar a vacina.
Onde vacinar
A campanha de vacinação realizada em abril, que tinha como meta vacinar 191.585 pessoas, resultou na aplicação de 157.953 doses, o equivalente a 82,45% da meta. Com números abaixo do esperado, a vacinação continua na capital.
A população pode se dirigir às unidades básicas de saúde para imunização. A listagem com os endereços está disponível no site da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
O Cartão de Vacinação deve ser levado no dia da vacina, principalmente no caso de crianças. Quem não possuir o documento poderá ganhar um novo cartão, com registro da dose aplicada.
De acordo com a secretaria, a vacina de rotina é aplicada em pessoas de 1 até 49 anos. Mediante o avanço da doença em Manaus, a faixa etária foi alterada para crianças a partir de 6 meses.
As doses aplicadas já estavam na capital. Mais vacinas foram solicitadas ao Ministério da Saúde, segundo a Prefeitura.
Sarampo
O Sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. Pode causar:
- febre;
- conjuntivite;
- mal-estar;
- tosse;
- manchas vermelhas na pele.