“Iremos continuar melhorando a estrutura física da rede estadual”, afirma Felipe Camarão em entrevista exclusiva ao JP

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felipe Camarão-Priscila Petrus

[dropcap]E[/dropcap]m entrevista exclusiva, o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, falou das ações que serão realizadas nos próximos anos pelo governador Flávio Dino para a área da Educação.

Ele também comentou a aprovação de 76,28% dos estudantes da rede estadual de ensino no último vestibular da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

O secretário ressaltou os investimentos feitos pelo governador e que resultaram em números surpreendentes para a Educação, que vão desde a reforma e construção de espaços escolares, que atingiu números que ultrapassam 800 obras, formação de profissionais da educação, implantação de escolas em tempo integral, entre inúmeras outras ações que resultaram, por exemplo, no maior IDEB já conquistado pelo Maranhão: a nota do estado foi de 3,4 em 2017, representando um crescimento de 21,4%, em quatro anos.

felipe Camarão-Priscila Petrus
Secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão.

Jornal Pequeno – Secretário, mais uma vez o governador Flávio Dino mostra que terá na educação uma das suas prioridades de gestão. Tanto que na sua recondução ao cargo ele anunciou várias ações para a educação. Qual é o foco dessas ações?

Felipe Camarão – A exemplo da primeira gestão, todas as ações anunciadas, no dia 1º de janeiro deste ano, pelo governador Flávio Dino, têm o foco na melhoria da qualidade da educação e, consequentemente, no crescimento dos indicadores educacionais. Durante muito tempo a reclamação na rede era de que a estrutura das escolas não era atrativa aos alunos, não tinha condições de aprendizagem. Nesses primeiros quatro anos de gestão, buscamos modificar essa história, investimos de forma maciça na reestruturação das escolas, com reforma e revitalização de mais de 800 unidades escolares. Hoje, a maioria dos nossos alunos estuda em uma escola de ótima qualidade e confortável. Iremos continuar melhorando a estrutura física da rede, embora, tenhamos o exemplo da escola Antônio Custódio de Azevedo de Sobral, no Ceará, onde as condições de infraestrutura são mínimas, não tem ar condicionado, é pequena, mas, tem o melhor Ideb do país, com a média 9,8. Lá, a qualidade do ensino ofertado fez a diferença. E o que buscamos para os nossos jovens, adolescentes e crianças maranhenses, é exatamente isso: um ensino que seja capaz de transformar.

Jornal Pequeno – Uma das ações voltadas para essa melhoria e que foi anunciada pelo governo é o Pacto Maranhense Pela Aprendizagem. Em que consiste esse pacto?

Felipe Camarão – O Pacto Maranhense pela Aprendizagem é uma ação estratégica do Programa Escola Digna 2019 ou Escola Digna 2.0, e vem para reforçar o regime de colaboração com os municípios, focado na melhoria dos indicadores educacionais do Estado. Em outras palavras, esse pacto será o caminho para o nivelamento da educação pública nas redes estadual e municipais.

Nós precisamos preparar o aluno, lá no Ensino Fundamental, para que ele chegue com base para entender e absorver o conteúdo do Ensino Médio e possa chegar onde ele quiser chegar. Por isso, vamos reforçar as ações de aprendizagem com os municípios, dando suporte às ações das secretárias municipais. Hoje, nós temos um total de 1.075.618 matrículas no Ensino Fundamental, sendo 1.035.071 nas redes municipais e 40.547 na rede estadual, que está fazendo a última etapa do processo de municipalização do Ensino Fundamental. E paralelo às ações pelo Ensino Fundamental temos que continuar com as ações de fortalecimento do Ensino Médio.

Jornal Pequeno – Quais são os maiores desafios nessa missão de melhorar o ensino e a aprendizagem?

Felipe Camarão – Apesar de termos avançado muito nos primeiros quatro anos da gestão Flávio Dino, ainda temos muitos desafios a serem enfrentados e que propomos o enfrentamento com o Pacto. Primeiro é garantir que todos os estudantes do território maranhense estejam alfabetizados, em Língua Portuguesa e em Matemática, na idade certa; reduzir a distorção idade-série na Educação Básica; elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) em todos os níveis; contribuir para o aperfeiçoamento da formação dos profissionais da educação, sendo que a principal estratégia será a assistência técnico pedagógica e gerencial às redes municipais, no tocante à avaliação, a gestão de resultados e planejamentos didáticos; bem como apoio na gestão de programas e projetos federais.

Jornal Pequeno – Você falou em suas redes sociais da ajuda que o Estado dará às prefeituras que enfrentam problemas com obras de creches paradas. Já existe um diagnóstico dessas obras?

Felipe Camarão – Nessa perspectiva, o Pacto [Maranhense pela Aprendizagem] atuará, também, apoiando financeiramente os municípios na melhoria dos seus espaços escolares. É uma determinação do governador Flávio Dino que priorizemos a ajuda aos municípios para que possam concluir as obras inacabadas das creches. Estamos fazendo um diagnóstico que já detectou 32 creches a serem concluídas. Essa medida visa atender a uma demanda reprimida da Educação Infantil, que é urgente. O estudante que teremos aqui no Ensino Médio será fruto de um processo educacional que começa na creche, e apesar de ser responsabilidade dos municípios, é preocupação nossa que essa criança seja bem atendida.

Jornal Pequeno – Em relação ao fortalecimento do Ensino Médio, que ações serão implementadas?

Felipe Camarão – A rede estadual de ensino realizou um planejamento diferenciado para 2019, com objetivo de fortalecer o Ensino Médio, que já teve um avanço muito importante em 2018 com melhoria do IDEB e com aprovação maciça no último vestibular da Uema. Então, começaremos o calendário desse ano com as jornadas pedagógicas, onde cada escola faz o seu diagnóstico e elabora seu plano de ação, visando o alcance de metas e resultados; teremos formações continuadas para professores e gestores escolares; e nova eleição de gestores, ainda esse ano; continuaremos com os Simulados Mais IDEB, que são preparatórios para a prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Teremos atividades muito específicas para os estudantes do terceiro ano, com foco no Enem e nos vestibulares que queiram fizer. São projetos como: o #PartiuEnem, que contempla desde a recepção dos estudantes, a realização de simulados específicos, aulões aos fins de semana; o #FDSdoTerceirao, onde as escolas serão abertas aos fins de semana, uma vez a cada período letivo para os aulões de revisão, palestras motivacionais, atividades culturais, esportivas e de lazer; o #TerceiraoNaoTiraFerias com aulões preparatórios durante as férias escolares (julho); e por último, o #EnemTôPreparado, com atividades diferenciadas nas escolas com o objetivo de reforçar a autoconfiança dos estudantes e possibilitar maior tranquilidade nos momentos anteriores ao Enem.

Jornal Pequeno – Havia, por um longo tempo, um sentimento de descrédito no ensino público ofertado pelo Estado. Já se percebe um caminho inverso nesse sentido?

Felipe Camarão – Temos certeza que sim. As ações que têm sido implementadas na educação e tem corroborado de forma efetiva para isso. Agora mesmo, há um clima muito bom de expectativa e de confiança entre os estudantes da nossa rede com a divulgação das pontuações na prova do Enem, nessa sexta-feira (18). Tivemos alunos com mais de 900 pontos em redação. E é assim, estamos trabalhando para transformar a educação pública da rede, em uma educação de qualidade. Agora mesmo reafirmamos uma parceria, feita no ano passado, com a Startup ‘Mira Educação’, para aplicação de avaliação de nivelamento para todos os estudantes do 1º ano do Ensino Médio da rede estadual sem nenhum custo para o governo. Isso nos dará um importante diagnóstico sobre o ensino e teremos base para garantir a adequada aprendizagem dos nossos jovens. Também iremos aplicar simulados para os 2º e 3º anos do Ensino Médio, avaliando cada competência e habilidade dos nossos estudantes, a cada período letivo. Além dos simulados com a ‘Mira Educação’, iremos implantar nosso sistema próprio de avaliação da rede, com a aplicação de testes aos nossos estudantes e ainda iremos ofertar aos municípios para os seus 9º anos, sem custo. Pela primeira vez teremos nosso próprio IDEB.

 

Fonte: Jornal Pequeno

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