[dropcap]O[/dropcap] pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, concedeu entrevista ao Metrópoles na manhã desta quarta-feira (20/6). Em cerca de 40 minutos de conversa, ele falou sobre alianças e fez questão de dizer o que o diferencia do rival nas urnas Jair Bolsonaro (PSL). “Eu quero voto dos conservadores, progressistas, jovens, homem, mulher. Para mim, eleição você não obriga, você conquista”, afirmou.
Para Alckmin, o concorrente é fruto de corporativismos e da deturpação da política brasileira. “Sempre tivemos eleitos para defender uma corporação. Isso não representa o sentimento de crescimento que o Brasil precisa. Se formos verificar, é igualzinho ao PT, os extremos se atraem”, enfatizou. O pré-candidato continuou a tese com o argumento de que Bolsonaro e PT defendem políticas atrasadas.
“O Brasil precisa avançar, desburocratizar, avançar em termos de qualidade. Os argumentos para isso estarão na campanha. Preservo a democracia, o povo não erra. Precisamos levar as informaçõess para a população”, disse.
Ao abordar a questão de alianças, o pré-candidato disse buscar partidos que não têm candidatos próprios à presidência. Ainda afirmou não estar chateado com o flerte do DEM com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes. “Não me incomoda. Sou médico anestesista, sei controlar o estresse”, brincou.
“Nós queremos estar juntos, mas se tiver candidato próprio, respeita-se”, afirmou Alckmin se referindo à pré-candidatura do presidente da Câmara dos Deputados ao Planalto, Rodrigo Maia (DEM). O tucano destacou parcerias estaduais do PSDB e do Democratas e lembrou que ainda há tempo para construir alianças antes do registro das chapas.
Firmou ainda posição sobre as negociações para possíveis coalizões. “Nenhum pré-candidato tem dois aliados. Nós já temos negociações avançadas com cinco partidos. Vamos divulgar isso no momento correto”, concluiu.
Para frente
O tom da pré-campanha de Alckmin é não olhar para trás. Ele optou por não comentar erros do presidente da República Michel Temer e disse pretender focar em propostas para alavancar o crescimento do país e melhorar a economia. “Óbvio que a recessão petista provocou uma perda de 9% na renda do brasileiro, mas queremos olhar para frente”, disse.
Em referência aos mais extremistas, Alckmin diz que não é possível sanar problemas “à bala”. “Não vamos resolver, à bala, criar emprego ou conquistar mercado à bala. Não vamos fazer UTI à bala. Eu pretendo unir o Brasil”, disparou.
Perfil
Com menos de 10% nas últimas pesquisas eleitorais, o tucano tem o desafio de compor alianças para tentar levar seu nome ao segundo turno da disputa. Em campanha pelo Palácio do Planalto pela segunda vez, o ex-governador de São Paulo agora apresenta-se aos eleitores amparado por parte da equipe econômica que criou o Plano Real, em 1994, e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Formado em medicina pela Universidade de Taubaté, Alckmin é especializado em anestesiologia e tem 65 anos. Chegou ao Palácio dos Bandeirantes em 2001, depois da morte do governador Mário Covas. Desde então, conquistou mais três mandatos para o executivo paulista.