Na tarde desta sexta-feira (22), Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deixou o Supremo Tribunal Federal (STF) detido após prestar depoimento sobre áudios vazados nos quais ele critica o ministro Alexandre de Moraes e a Polícia Federal. O depoimento durou cerca de 1 hora e meia, das 13h05 às 14h30.
Após o término da audiência de confirmação dos termos da colaboração premiada no STF, foi cumprido mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes contra Mauro Cid por descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça. Cid foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) pela PF.
O ex-ajudante de ordens chegou ao STF por volta das 13h30 desta sexta-feira, utilizando uma porta alternativa para evitar o contato com a imprensa. A audiência, presidida pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes, contou com a presença da defesa de Cid e de um representante da Procuradoria-Geral da República.
Os áudios divulgados pela revista Veja na noite da quinta-feira (21) revelam críticas de Cid à Polícia Federal, afirmando que os investigadores têm uma “narrativa pronta” e que não estão interessados na verdade. Ele também critica o ministro Alexandre de Moraes, insinuando que o magistrado já possui uma “sentença pronta”.
Em resposta, a defesa de Cid afirmou que seus áudios foram um desabafo pessoal diante do difícil momento que enfrenta, mas que em nenhum momento questionou a integridade da PF, da PGR ou do STF. Contudo, a divulgação dos áudios pode colocar em risco a delação premiada de Cid, aceita pela PF em setembro de 2023.