[dropcap]A[/dropcap] advogada Valeska Teixeira Zanin Martins afirmou nesta sexta (15), no Rio, no IX Encontro Brasileiro da Advocacia Criminal, que os grampos ilegais da lava jato no escritório do qual é sócia tinham como objetivo eliminar qualquer possibilidade de defesa para o ex-presidente Lula.
De acordo com o depoimento da advogada no evento, a força-tarefa ouviu cerca de 400 áudios que possibilitaram a montagem de um organograma e antecipar-se aos movimentos da defesa do petista.
“Fomos surpreendidos por uma reunião em que Moro convocou os advogados a ouvir todos os mais de 400 áudios nossos que foram gravados. Chegando lá, havia um ‘organograma da defesa’, desenhando a estratégia dos advogados do Lula. Ele foi baseado em conversas dos integrantes do escritório com outros advogados, como o Nilo Batista. Não há nenhum precedente de uma atitude tão violenta, tão antidemocrática como essa em países democráticos”, denunciou Valeska.
A defensora de Lula disse que os grampos ilegais pela lava jato provam o uso do lawfare (abuso do direito) contra “inimigos” da força-tarefa, dentre os quais o ex-presidente que cumpre pena de 12 anos e um há 70 dias. Até agora, o juiz Sérgio Moro não apresentou provas de que o tríplex pertence ao petista.